14.11.16

14.11.16

Sobre as experiências dos últimos meses em São Paulo


Queria te contar sobre como vir para São Paulo foi fácil - a decisão até que foi, mas o que viria a seguir... -. Sobre como eu cheguei e fui morar em uma casa fixa. Sobre como minha conta bancária estava "gordinha" para qualquer coisa que acontecesse. Sobre como eu já tinha vários amigos na lista de contatos, sobre como meu pai me manda dinheiro todo mês para qualquer emergencia, sobre como tudo foi nos conformes mesmo com umas coisinhas tortas aqui e ali.

Cheguei em São Paulo antes da data prevista porque minhas aulas na faculdade iriam começar uma semana antes. Cheguei no dia 6 de agosto com apenas R$10 reais e algo como R$100 reais de cheque especial, isso porque meu pai ficara de depositar dinheiro para mim e bem... Ele que já não era a favor que eu fosse demorou bem mais. Meu coração estava a mil de ansiedade e iria ficar essa primeira semana na casa de uma amiga (vou chama-la de Thalita), já que as aulas iriam começar antes do planejado - ou era o que eu pensava.

A Thalita morava um pouco longe de onde eu estudava, então acordei às 4:30 para me organizar para a minha aula que começaria às 7:30 e ao chegar na faculdade me falaram que haviam me passado a informação errada e que minhas aulas só começaria na semana seguinte. Nossa! Seria uma semana inteira em São Paulo sem fazer nada e sem grana para nada!

Para dar uma boa resumida, porque eu pretendo gravar um vídeo para o meu canal no YouTube contando tudo em detalhes - www.youtube.com/blogjustgaby1 -, a Thalita me "expulsou" da casa dela e eu fiquei "no meio da rua" por algumas horas. Faziam 4 dias que eu havia chegado em São Paulo.

Por sorte, conhecia algumas pessoas devido ao blog e por acompanharem minha mudança para SP conversavam um pouco comigo. Conversei com todas em busca de um lugar para ficar até o dia 23 de agosto que seria o lançamento do meu livro em João Pessoa e eu voltaria para São Paulo mais tranquila e com um lugar certo para ficar - também era o que eu pensava.

Havia uma menina (vou chama-la de Larissa) que eu conheci em alguns verões na minha cidade através de alguns amigos em comum, nos falávamos vez ou outra e hoje eu tenho plena certeza de que posso chama-la de irmã porque a família dela tornou-se uma segunda família para mim. Fiquei na casa dela o tempo mais do que suficiente para me organizar e apesar de também ser longe da minha faculdade, não era nenhum sacrifício acordar cedo porque eu amava demais estar ali e o meu curso.

Quando voltei de João Pessoa, não consegui um lugar certo para ficar e tive que ficar mais umas 2 semanas na casa da Larissa, que não fez questão alguma porque uma fazia companhia a outra, mas eu sabia que eu tinha que sair de lá até porque eu precisava ter um lugar meu e que fosse mais perto da minha faculdade, porém sem pressa e nem desespero. Ainda estava na luta constante para conseguir dinheiro porque o meu pai mal mandava o dinheiro para pagar a minha faculdade, então no restante eu tive que me virar em mil. Isso resultou em mais de 13kg perdidos por falta de dinheiro para comer quando precisava passar o dia fora da casa da Larissa.

Com o meu livro lançado as coisas facilitaram um pouco porque de certo modo eu tinha uma renda, que seria a renda que me ajudaria a ficar tranquila em São Paulo por mais ou menos 1 ano e com o tanto de despesas que eu passei a ter pela falta de ajuda do meu pai não está durando nem 6 meses.

Consegui sair da casa da Larissa e ter um lugar para ficar, morava perto da faculdade e com 3 meninas mais ou menos da minha idade. Foi uma experiência bem diferente por sentir que tinha uma liberdade maior e estava em São Paulo realmente sozinha. Para resumir, a dona do apartamento onde elas moravam pediu o apartamento de volta e elas teriam que se mudar e também o meu contrato com elas era só até dezembro, então tudo se misturou e ai eu sai de uma vez logo.

Foram mais alguns dias de loucura porque fiquei mais uma vez "na rua". A minha sorte é que dessa vez eu já tinha amigas da faculdade, que sei que serão para vida, e todas me abriram as portas. Todas. Fiquei na casa de uma por dois dias, o que foi muito legal porque a família dela se parecia muito com a minha. E depois eu fui para um Hostel, eu só precisava sobreviver lá por mais um mês que seria o tempo de terminar as aulas e voltar para minha cidade para passar o verão e ter tempo para organizar realmente tudo com mais calma.

Se você já ficou em um Hostel alguma vez deve saber que viver a experiência sozinha é no mínimo muito estranho e muito assustador. Não haveria a mínima condição de ficar lá por um pouco mais de um mês. Como já disse, a minha sorte foi já ter meus amigos da faculdade porque me ajudaram a encontrar um lugar para ficar e... Ufa! Hoje estou sentada na minha cama, sozinha em casa e pensando em fazer uma faxina na casa para deixar tudo organizado. Ah! Minha faculdade é apenas a algumas quadras daqui. Como é bom sentir essa tranquilidade e como é bom saber que pelo menos agora terminarei o ano tranquila e em paz.

O que eu queria te dizer com todo esse texto, com todos esses trancos e barrancos que passei nesses últimos meses (aqui no texto só tem uma partezinha!), é que eu continuo aqui e que a possibilidade de voltar para casa nunca passou pela minha cabeça. Sabe por que? Porque eu amo estar em São Paulo e eu amo ainda mais a oportunidade de ter o ensino que estou tendo na faculdade. Amo ter conhecido diversas pessoas por aqui e saber sem dúvidas com quais eu posso contar de olhos fechadíssimos. O que me mantém em pé todos os dias é antes de tudo saber que Deus está sempre a minha frente e que quando algumas coisas são para ser... Ah, elas vão acontecer mesmo que um batalhão queira atrapalhar e segundo, o fato de amar o que eu faço, por isso todos os dias quando estou caminhando até a faculdade e eu olho em volta eu só agradeço por estar naquela sala com tanta gente que só tem a acrescentar mais no meu futuro.

Nunca desistam do que vocês realmente querem/sonham porque eu sei que se vocês amarem muito vão conseguir passar por tudo com a cabeça erguida e um sorriso no rosto. Afinal, todo esforço é sempre MUITO bem recompensado no final.

(((E ps. se vocês notarem no meio de toda a loucura sempre existe um anjo da guarda para te acompanhar, eu tive a sorte de ter vários: minha mãe, meu namorado e todas as minhas verdadeiras amigas.)))

2 comentários:

  1. Querida Gaby, comecei a seguir você depois que te atendi na emergência do hospital em Florianópolis, depois de teres batido a cabeça, lembra?
    Li sua história e me lembrei tanto de mim! Meu pai tbm nunca me ajudou e se pudesse atrapalhar também atrapalhava!
    Te desejo todo sucesso! Essas história só fazem a vitória ser maior!
    Beijos
    Mariana

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    1. Que felicidade ver seu comentário por aqui! Fiquei impressionada por ainda lembrar de mim! Obrigada demais pelo carinho e atenção. Não lembro de nada depois do acidente, mas minha mãe sempre me falou de você.
      Todo sucesso para nós.
      Um beijo

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